03 dezembro, 2005

Canetas sem tinta

Imagem de Sónia Henriques

Hoje imaginei que me escrevias. Imaginei a tua mão apertando a caneta, acariciando o papel. A tinta esboçando as palavras com lentidão, com apreensão, com exactidão. E os teus olhos…estavam a brilhar! Os teus lábios sorriam nervosamente…Cuidadosamente abri um pouco da janela e deixei o vento entrar timidamente. Como eu queria ter-te aqui, fixo no meu corpo, enroscando as tuas mãos nas minhas costas deixando os teus dedos descaírem sobre a minha pele. O sentimento é uma rotina tão desconhecida que se torna tenebrosa, não achas? Quando é que chegas? Quando é que posso tocar-te de novo? Tenho saudades tuas, de sentir o teu perfume… O céu fechou, agora é noite e eu estou no meu quarto e penso como seria a minha vida sem ti. Cada molécula minha fica tua quando me abraço a ti, fecho os olhos e penso apenas no momento e o mundo desaparece, deixa de existir simplesmente. Quero estar contigo, enrolar-me nos teus braços e aninhar-me nas tuas palavras doces.

Sem comentários: